sábado, 30 de julho de 2011

Rastros do sol

Sigas os rastros do sol,
são restos cintilantes por
onde bailam as flores da primavera
por onde dançam as palavras ainda
não pescadas.

Seguindo o rastro do sol
a estrada é tão longa,
os passos tão curtos
o silêncio nossa sina.

Agora sentimos,consegues
ver,o além das luzes lampejantes
consegues ver o além de si mesmo
foi-se embora o sol,junto tuda luz

Enfim agora viveremos mais uma vez
jaz nasce a lua junto as flores estrelas
nascemos para noite,catamos os rastros
do sol.

Luiz Carlos

30 de julho,Queimados 2011



sábado, 16 de julho de 2011

(...)

sou a janela que abre para o mundo
revelando paisagens sem cor nem forma
abstratas e surreais.

Sou o cravo desgarrado,pisado 
no jardim levado nas costas pelo
besouro curioso.

Sou o nada,silêncio 
ou apenas sedento
de nadas,para que sonhe
sem ser o sonho pedestal

Que sonhe pela vida,o sonho inrrealizável
para que sempre sonhe.....

Sou a simbologia de outros sous 
ao acordar sou carne pesada arrastando
a cruz dos erros,sangrando incansavelmente
sem que vietes ver meus olhos
sem que viessem enxugar o último pranto
de alguma saudade restante....

Luiz Carlos

16 de julho Queimados 2011

Jardim do nunca mais

  Ó jardim,abriste teus portões 
  revelando ao olhar,as flores 
  desabrochadas logo há seguir
murcham de tristezas
  jazidos aqui,aqueles que um dia 
pulsarão na estrada...

  Ah!,os anjos de pedra inertes 
  reinando a cada túmulo,ornamentam
  os jardins,sinta o cheira da saudade,
o perfume do nunca mais...
 E basta apenas um nome
e nada mais....

    Luiz Carlos  
16 de julho,Queimados 2011

sábado, 9 de julho de 2011

Após a chuva.....


Após a chuva ao chão 
lama.
Restos de lágrimas do coração.
Chove,e pelos semblantes dos súburbios
tristeza....

Após a chuva,podemos agora caminhar
e outros após a chuva o que resta?
chorar as perdas,cavar na lama 
algum despojo de vida.

Após a chuva.......

Luiz Carlos

9 de julho Queimados 2011

Singular pétalas do mundo


Ó mundo, tu possui o contorno 
de uma flor,murcha e triste.
Haverá um tempo,que nem as flores
desabrocharam,e o mundo perderá
o perfume?...

Ah!,bálsamos serás apenas que hão de sentirmo-nos
apenas em restos de lembranças os contornos
de um mundo devaneado?

Somos areia,esparsa no tempo.
Somos as esculturas imperfeitas 
Somos á essência ainda ignota
se descobrindo há cada dia,a
cada lágrima.

Ouço as gotas e não são da chuva
muito menos prantos,são todo o tempo
esvaecendo e escorrendo para o lodo
E não deixamos de existir,assim como a flor
renascemos. Após novamente padecemos

Luiz Carlos

9 de julho,Queimados 2011

sexta-feira, 1 de julho de 2011

sobre o trilho dos olhos

Vai meus olhos nos trilhos de outros erros,
erra pela vida,colhendo novos erros.
O sol não é para mim,há tempos não o vejo
se em meus olhos apenas: escuridão,escuridão
escuridão derrama seus pejos

No meu quintal esquecido,onde varro as vezes
memórias,onde enterrei alegrias,sorrisos.
fico lá,em pé profundamente só.
entregue aos riscos...

Vai,meus olhos seguir os trilhos,vagão cintilante
onde passageiros são imagens,ao chegar na estação
desembarcam lágrimas,
vadiando sob o movimento das ideias 
em qualquer lugar,que seja....
se colhe erros,aprende com eles
novamente erra assim vou seguindo
nesta terra....

Luiz Carlos
                                                                 1 de julho,biblioteca pública 2011

Amanda

Lembrei-me de Amanda,nos poentes sangrentos
lembrei-me de Amanda,nos prantos sedentos.
Jogado no leito amargurado,lembrei-me de Amanda.

Seu olhar pulsava tristeza,seus lábios falavam
carinho,sempre reclamava de desalinho.
Nas noites andava-nos delirantes de vinhos,
após um sarau de poesia,onde poemas dançavam
como um elétrico som do sax...

Lembrei-me de Amanda nas noites de cheiro 
de morte,lembrei-me de Amanda nas manhãs
melancólicas de agosto.

Lembrei-me de Amanda no dia dos finados.


Luiz Carlos

1 de julho,biblioteca pública 2011

Cansado

Ah!,cansado estou.
E uma tristeza ao lado
acaricia,o sol abraça todos
açoite as faces,envelhecemos
mais rápido.

Velho chinelo,carcaça cansada
movendo-se,para alguma biblioteca
pública.Uma boa tarde,e diversas páginas
para comer...

Conversei com Baudelaire,
Varela,Augusto,Bandeira,Rimbaud
e Florbela.Enquanto davas para ver 
no café da velha a mosca com sede
devorando  toda cafeína.



Ah!,tão triste estou,cansado
sim dos dias que passam,e outro
dia vem,do tédio constante se deita
na cama, cuspindo na cara.
Logo chove pela noite,jaz 
no almejo de um outro dia.

Lembrando de frases que nunca escrevi,
das saudades que nunca senti.
sentado num banco de sexta-feira,contemplando
cada face,sorrisos cariados,embriagados passarem
e dando boa noite....

Tiro do bolso algumas lágrimas
escondidas,e do coração rimas
na mesa azul de um boteco,conversei
sobre,desemprego,despedidas e angústias
com amigos num encontro sem hora marcada.

Alvorece,sem um pé de chinelo,a sola queimada
e um outro dia cansado,o tédio me amando,e a solidão
companheira.Juntamente tristeza repentina,
Ah,cansado estou......

Luiz Carlos
1 de Julho,biblioteca pública 2011
                                                                                               

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Árvore seca

Árvore morta, no jardim...
mil vidas em sociedade em ti.
se alimentam do teu tronco,por fora
os galhos retorcidos,trazia a casta poesia
para mim.

Tantos braços distorcidos tocando o vazio
rijos,enturvecidos pelo tempo consumidor.
manchada dona árvore de golpes de machado.
tentaram toba-la,mais forte suas cerces ainda vivas
cravam na terra,toda força infinita.

Entre os galhos dava para contemplar o céu,
em seu cinzento véu,haurindo todo este fel
com o olhar viajante inerte,perambulando 
nas imagens despidas da timidez 

Ó árvore morta,passei e contemplei toda
sua forma,no jardim ignoto onde anoto 
tudo com o gosto doce das desoladas tardes
tendo na alma,um desejo de abraça-la
e torna-me também árvore,me darão  machadadas e
eu resistirei fortemente.

Luiz Carlos

                                                                29 de junho,Queimados 2011

Pequenina flor


Asfaltos respiram toda agonia 
reverberando a sintonia que nos
move há caminhos diferentes.

Ah!,pequenina flor desabrochando toda sinfonia.
dançando com os pés cintilantes no cimento
ao mover-se,rodopiante todo rito sacrossanto das antigas
danças,não vislumbrava mais cimentos sim 
todo o universo.

Com as mãos nos bolsos,meu jeito desengonçado
entristecido olhava tudo e calava minha boca.
Os lábios da alma jaz estavam em fúria datilografando
as teclas do coração.

Ah!,pequenina flor,dançavas sorrindo e as folhas enferrujadas ao chão
despojos de um merencório outono,treinavam a dança junto á ti.
Eramos anjos sem aréolas nem asas,apenas as luz interna da alma,
a vela que não apaga,chora prantos de cera e não derrete.

Toca o sinal tilinta cinco horas!
as fábrica uivam as fumaças para o ar.
a florzinha agora prostituída,perdeu a beleza
esta poluída.Como lembrança deixou em meus 
olhos sua leveza,agora dança ó florzinha

Na negra caixinha de música que toca,
todas as noites,para mim....

Luiz Carlos

                                                                 29 de junho Queimados 2011

Antiga rua

 Retorno as ruas de minha cidade,tão antiga
de mãos dadas ás saudades urdidas pelos tempos
que passou e não vi.

Devo me preparar,olhe aquela padaria fechada
antes havia um velho feliz,pelo menos dantes ele
mentia.

Ah!,o parque os balanços estão enferrujados
a relva consumiu toda lembrança dos sorrisos
que aqui rodopiavam,rodopiavam.
Oh!,piso nas calçadas e vejo aquela casinha
 ainda como era antes,possui o portão azul,
as janelas brancas,as flores estão mortas,
mais não há ninguém,apenas um placa de 

"Vende-se"

Meus amigos onde estão,uma senhora lembra de mim,
com tristeza fala-me estão todos mortos.
Regresso ao ponto de ônibus,dizendo adeus
a tudo,com manchadas pálpebras devo chorar?

Tudo mudou,tudo se esvai......


Luiz Carlos

Foto Destaque
15 de janeiro,São Gonçalo-2011

Em meus olhos

 
O que se pode encontrar em meus olhos tristonhos?
tenho os círios úmidos,foi naquelas noite que passei
há velar momentos de outroras,sepultando lembranças.
Estas mesmas lembranças criaram suas rijas cerces.

Ah!,por que deverias arrancá-las do meu peito?
sangraria,por anos inteiros.Não devo arrancá-las.
Aqui se sofre demasiadamente,nas noites caladas
não há hora para a dor insana,dando seu beijo,
e dizendo-me bom dia.

Sim,em meus olhos não consegues ver um brilho,
bem antigamente quando ainda sonhava aquelas quimeras
pueris da infância.Havia brilho!

"Pálpebras túmidas,
encobrem úvidez 
estes olhos carcomidos
desfolhei na mocidade 
minhas esperanças,
nunca forão muitas".

Agora apenas vede:estes desolados olhos
vede,como chorei tantos prantos.
Em meus olhos mora tristezas nos círios
elas se penduram e abração-me, delas peço-as
apenas um ósculo  de boa noite todos os dias.

Luiz Carlos

29 de junho Queimados 2011


domingo, 26 de junho de 2011

Se um de nós partir....

Ai,quando então hei de dizer adeus?
qual de nós partirás primeiro? E se fores
primeiro do que eu,chorarei por noites
inteiras.

Ai, é tanta mágoa nas estradas derramadas,
há tanta água,escorrida da pálpebra que
dar para regar as flores,e dar-te de beber há quem tem 
sêde.

Mas se caso parti-me primeiro,sei o quanto
sofrerás,ah...quanto,o quanto sofrerás,mais
nas noites sem sono,há espera dos passos
meus regressando a casa,ao ouvires minha voz
dormes tranquila,suavemente.

Mais ainda,quando seu olhar encontrar meus livros
e não mais me vires há lê-los nos entardeceres tão tristes
sentado no quintal fumando solidão e tristezas,sorrindo
uma saudade trinando o peito.

"Ó se nos dois partirtes.
Não sabemos á sina,nem tão
pouco o decorrer do dia.
Apenas sei do cansaço,
internamente sinto-o".

E não minto ás tristezas na clareza
dos semblantes túmidos,nem á dor sempre
presente.

Ah!,mãe se quem partir for eu,
leve ao túmulo apenas um único
olhar e nada mais.....

                                                                          
                                                                          Luiz Carlos

                                                                             26 de junho,Queimados 2011

sábado, 25 de junho de 2011

As lágrimas do sax

Frias ruas,na esquina dava para ouvir
o solitário e seu sax.
Tocando para dama de prata.
Ó entristecido homem,naquela noite
fazia aquele sax chorar.

Silêncio,as paredes estavão mudas
de qualquer jeito,jogado no leito.
Cansado,profundamente cansado

Apenas há ouvir aquele homem
fazendo seu sax chorar.

Luiz Carlos

                                                                              25 de junho,Queimados
                                                                          

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Enquanto o bairro dorme

Vagueio neste deserto,meu amigo é solidão
vão são os passos sem lugar algum chegar.
Apenas ir sem direção,o bairro dorme a hora
dos assassinos,ébrios enfeitam as ruas doirando
amarelos sorrisos até o amanhecer.

Angústia meu coração,as roupas molhadas 
pela fina garoa,onde os passos me levam não
sei,sem pensar em nada,apenas andar enquanto
o bairro dorme.

Luiz Carlos

23 de junho Queimados 2011

Quinta á spleen


Manhã ao gris pincelado á tristeza
profundamente encheu-me de spleen.
De olhar por entre as veredas do infinito
palidez,vêem a beijar-me pálpebras cansadas

Ó demasiado spleen,andava o olhar umedecidos
tocando nuvens,escrevendo versos com giz,
Tão raro silêncio da manhãzinha em gris.

Quintal,sozinho fumando quieto,e quieto
usufruindo do meu spleen há longos tragos
profundamente spleen,na alma pinta
tudo á cinza,e vejo tudo cinza nesta
inefável manhã de quinta.



Luiz Carlos

23 de junho,Queimados 2011

Ao eterno poeta


Acordei pela manhã e olhei o espelho
e não vi minha face,sai pelas ruas em 
desespero,abri cansado o lira dos vinte anos
Ah!,achei minha face,minha alma,deste eterno
moço que ensinou-me o gosto que as lágrimas tem.

Álvares de Azevedo este é seu nome
eram nas noites de febre,arrastei-me
nos cantos da casa,encontrei o consolo
na tênue luz da lâmpada,e o livro perpétuo
em meu colo.Lira dos vinte anos,na noite
na taverna embrieguei-me internamente.

Luiz Carlos

23 de junho Queimados

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Apenas um passante


                                                         Ando debalde as ruas,fumando
De sol pisado pelas rotas botinas

passo triste em falta de tino
neste desalinho vou-me indo

Aquele cão,aos passantes solta 
um latido e balança seu rabinho
há mim,chora e chora.

Dia este,pincelado ao tom da
despedida,estranha sensação
no peito latejar.

Abracei minha mãe sorrindo
meu pai,tão poucas palavras
trocamos,mais naquela manhã
conversamos.

Ah,minha irmã tão natural suas críticas
mais neste dia apenas sorriu.
Ando ao gosto acre da partida.

Estranha sensação,lúgubre.
Se hoje não vier ó partida
se caso amanhã vier.
ou quando vier.

Diz aqueles que amo
que fui um nostálgico
um sonhador,sem sonhos
apenas um sonhador.
apenas aquele que na vida
Contemplou em tudo
Poesia...

Luiz Carlos
20 de junho,Queimados 2011

sábado, 18 de junho de 2011

Melancolia

Ah!,melancolia lhe sinto em mim,habitar
tendo as pálpebras ardidas,recebendo 
o beijo das lágrimas,escorrendo na face
manchando o chão.

Cansado estou,mas ter melancolia
e nela sorver sua água pura,tornando-se
melodia,em todos os dias cantar,no
coração.

Luiz Carlos

18 de junho,Queimados 2011

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ó pai Por que me abandonastes?

Ó pai que nunca vi!
por que me abandonastes
nu na miséria?
por quê minha mãe chora,
ajoelhada defronte á seus pés
de barro,e tu não respondestes
nem com um pão.

Ó pai,minha barriga está vazia!
como biscoitos de cimento,tem um
gosto nojento.

Ah,pai que não sei onde está
muitos falam de ti por aí,
dizem que é homem milagroso
mais por quê até agora não vi
nem á cor do café com leite e biscoitos

Ó Pai,chega! você não existe
lhe vi pregado na cruz.
está morto,morto,morto.
tenho lágrimas nos olhos
não são para ti,são para 
minha fome e tristeza desde
cedo faz-se presente.
e foi aí que tornei-me descrente
morto,morto,morto.

Luiz Carlos

17 de junho,Queimados 2011

Gaiola(angústia de um pássaro)

As grades enferrujadas da gaiola
vejo daqui o mundo lá fora,destes
pequeninos olhos de pássaro ferido.

O animal me aprisiona,tenho duas asas
de liberdade,entristecido sem usá-las fico
apenas oculto,por trás das grades.

O tempo vai-te embora,esqueci como voa
desconheço agora liberdade,se as asas 
padeceu movimentos.Sou uma peça de amostra,
quando canto,não é alegre como ouvintes riem
ao frêmitos das cançonetas.

São canções de angústia,tristeza movidas
as feridas da prisão.O sol as vezes sinto-o
mais meu sonho se foi,junto ao extinto,perdido
após o assassínio das mãos do homem.


Liberdade,haurir o céu apenas visto
destes úmidos olhinhos...
sou apenas um pássaro ferido!
atrás das grades negras 
da ferrugem..

Luiz Carlos

                                                               17 de junho,Queimados 2011

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Poemeto erótico ou licencioso anjo


O anjo se despiu,da aréola santa
mostrando a mim,seu corpo. Flor
negra,cada pétala lambida descortinando
segredos,chegando nos seios e amando-os
com fervor.

Á vulva e seus pelos pubianos
são vergéis onde se caminha a
língua viajante trazendo em si
cálidos desejos de amar endoidecido

Em suas madeixas caracoladas passeou
as narinas,há sentir todo o perfume deleitoso
que tinhas.Debruçou-se as mãos são duas vagabundas
a vaguear nas ruas de seu pescoço ó menina,licenciosa
menina,anjo negro caída do céu,assim como Lúcifer
e seus anjos

Viestes errar com migo,nestas horas em chamas
fremia músicas baixinhas,no ouvido visitavas
aqueles gemidos tão doces,delicados que davas

Fomos um corpo só,no lençol amarelo surrado
o anjo fumou seu cigarro e foste embora.
Logo acordei,e vi.
Ah,fostes apenas um sonho?


Luiz Carlos

15 de junho,Queimados 2011