terça-feira, 31 de maio de 2011

Filhos. Versos filhos

                                   De repente um olhar,sob lírio luar
                                   visitei  perdidas   utopias ,junto as estrelas
                                   queridas,arranquei-as do céu,guardei-as
                                    no bolso meu....

                                   Somente ao dormir,sentir um brilho
                                   ou saudades de algum brilho,na escuridão
                                   das noites arruinadas,mas ter no peito uma
                                    gigantesca lira,de palavras,salivas e brios
                                    
                                    És esplendor de profundos filhos.Versos filhos
                                    órfãos,após cria-los se perdem na vida,para outros
                                     corações pega-los,leva-los ao peito e simplesmente


                                                    Sonhar e chorar........
                                                     Vagar e errar.....


                                                     Luiz Carlos

Igualmente sepultura

                               Peito meu. Comparado há sepultura
                               Encoberto de musgos e horror fundura;
                               Enterrei,quimeras,esperanças,venturas.

                               Tempo foste como terra dura,por onde
                               vou-me errando,nascendo feridas das mais
                               ardentes queimaduras,torturas...

                               Ah!,horror fundura,escura e úmida
                                Peito amargo,igualmente:sepultura...


                                                  Luiz Carlos

Enquanto cai a chuva

              



                   Enquanto cai a chuva,deitando-se
                   nos telhados e ruas. Tristemente                                                       
                   há pensar por horas densamente                                                           

                    amargas e lentas horas.....                                     
                    Pensamentos desgarrados,

                    batem nas teias das aranhas
                    nos cantos mofados das paredes.

                   Arrastou algumas casas. Cairão
                    tantas lágrimas. Cessou! Chuva cessou!
                    E esta tristeza!?
                   
                    Ah!, não cessa,não cessa,não cessa

                                    Luiz Carlos

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Flores ao poeta

Na vida passou-se breve!
   faleceu-se moço,tuberculoso,
   doloroso.

   Espólios deixou-nos como,
   teus filhos.Versos teus;

   Aos corações dispersos,
   nasce,raízes,espinhos,
   "frutos eternos".

 Chorou,amou,sonhou
 assim como vos!

  Nos quartos ocultos,
  derramou utopias.
  Sentiu á sina,mostrar-lhe
  o fim do caminho.

  Flores ornamenta tua lousa,
  de perpétuo poeta.Em olores
  fizeste a primavera,compania
  eterna;

  Flores para o poeta,na mocidade
  efluviou cantos,na vida deixou
  encantos.

  Na terra sem acalantos,tornou-se
  pó,nas palavras tornou-se imortal!

Luiz Carlos  
(Túmulo do poeta Arthur Rimbaud)
epitáfio
"Ele é o homem ‘de passagem"

sábado, 28 de maio de 2011

Através das janelas


Ninguém pode ver,teus olhos através das janelas
Olhares olvidados,no embaço da chuva nos vidros
Olhos em vislumbre o movimento rápido da vida,
Carros,businas,ruas,avenidas,passos!
lágrimas,angústias,tormentos entrelaçados

A estátua na praça esquecida,pichada.
Boteco aberto embriaguez aladas.
Cães errantes pelas ruas esparsos,
mendigos nos cantos estendem
suas mãos sem encanto.
Anoitece nas esquinas
o amor não tem nome!

Através das janelas...solidão!,um verso,
flores secas num vaso,máquina de escrever
Olivetti,o tabaco não apago!
o coração?Ah... o coração!
pede mais um trago!
         

Luiz Carlos

Meu amor com fome

Ó meu amor sem nome;
trago á ti : este coração com
fome.

Bate sangrando,vermelho sino
tilintando dorido; canções de
tantas feridas torpes

Ah!,"meu coração com fome"
sempre há espera do amor sem
nome. Manchando solidões com
tintas: pretas,vermelhas e azuis

Ó coração meu coração com fome
Bate,bate á brio; coração.
Esperando,esperando,
tão longe há vir,Ah... meu amor sem
nome.
   Luiz Carlos

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Vieste



Vieste ver,este jardim
de flores sem vida,de árvores
sem frutos,de cores sem encantos.
 
Ah, vieste ver,pela tardinha tão triste,
estes olhos tão cansados de chorar
o peito tão dorido de sofrer.
   ....Viste ver.
Ó vieste ver,o silêncio que sonda,
junto aos ventos,o poente que adormece
junto aos sonhos,o corpo que apodrece junto
aos anos.

Vieste ver,estas desventuras sobre véus de desalento
estes prantos tão derramados num só momento.

Vieste ver,..ah rouxinol que pousa na janelinha,vendo
como velo com desvelo,as esperanças queimando
na chama de uma vela,a vida se afogando nas ondas
do tempo.
...Vieste ver!
Ah!,vieste ver.